O
governo Dilma II foi eleito em outubro de 2014, e desde então tem enfrentado
uma oposição aguerrida, não tanto pelo tucano Aécio Neves e outros tucanos de
alta plumagem, e sim do Capital Financeiro e do presidente da Câmara dos
Deputados Eduardo Cunha.
Desde
sua eleição em fevereiro de 2015, o pemedebista colocou em votação uma série de
medidas que minaram o governo, obrigando-o a estabelecer vetos de propostas com
forte apelo popular como o aumento de aposentadorias através do reajuste do
salário mínimo ou reajustes salariais para categorias do funcionalismo público.
O
ajuste fiscal fez a outra cova do governo, empurrando para baixo todos os
indicadores econômicos e a própria economia, o pior é que a decida desses
indicadores é algo que o governo e frações da burguesia financeira torcem para
ocorrer, quanto mais o poder salarial se corroer, mais a taxa de lucros
aumenta. Sim a lógica recessiva beneficia alguém, principalmente o governo,
quanto mais a inflação cair, melhor, a outra perna são os juros altos, que
tentam atrair os capitais mais voláteis.
O
resultado é a popularidade baixa do governo, que se vê as voltas em escândalos
de corrupção. A popularidade baixa em certos extratos da sociedade e a sensação
de problemas econômicos sérios com a inflação descontrolada.
A
pá de cal foi jogada agora por Eduardo Cunha, ao aceitar o processo de impeachment,
ele que foi durante o ano todo o maior opositor do governo, em uma vendeta
pessoal terminou por deflagrar o processo em vingança pelos parlamentares do PT
votarem a favor da continuidade do processo de cassação do mandato de Cunha
pelo Conselho de Ética da Câmara. A dúvida que fica é quem cai primeiro, se
Cunha ou Dilma.
Comoexposto em outro texto, a queda de Dilma e um consequente governo Michel Temer
já aparece para frações da burguesia financeira uma ótima possibilidade. O PMDB
de Cunha e Temer já deu mostras de que pode assumir o comando do bloco
histórico burguês, com o compromisso de realizar reformas liberais de caráter
mais profundo como a da presidência e a trabalhista, afinal, caso Dilma caia, o
governo Temer teria sob o comando do PMDB a liderança do poder executivo e
legislativo, fato praticamente inédito na vigência da atual constituição, o que
facilitaria a adoção do remédio amargo.
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