quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Xadrez



O governo Dilma II foi eleito em outubro de 2014, e desde então tem enfrentado uma oposição aguerrida, não tanto pelo tucano Aécio Neves e outros tucanos de alta plumagem, e sim do Capital Financeiro e do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Desde sua eleição em fevereiro de 2015, o pemedebista colocou em votação uma série de medidas que minaram o governo, obrigando-o a estabelecer vetos de propostas com forte apelo popular como o aumento de aposentadorias através do reajuste do salário mínimo ou reajustes salariais para categorias do funcionalismo público.

O ajuste fiscal fez a outra cova do governo, empurrando para baixo todos os indicadores econômicos e a própria economia, o pior é que a decida desses indicadores é algo que o governo e frações da burguesia financeira torcem para ocorrer, quanto mais o poder salarial se corroer, mais a taxa de lucros aumenta. Sim a lógica recessiva beneficia alguém, principalmente o governo, quanto mais a inflação cair, melhor, a outra perna são os juros altos, que tentam atrair os capitais mais voláteis.

O resultado é a popularidade baixa do governo, que se vê as voltas em escândalos de corrupção. A popularidade baixa em certos extratos da sociedade e a sensação de problemas econômicos sérios com a inflação descontrolada.

A pá de cal foi jogada agora por Eduardo Cunha, ao aceitar o processo de impeachment, ele que foi durante o ano todo o maior opositor do governo, em uma vendeta pessoal terminou por deflagrar o processo em vingança pelos parlamentares do PT votarem a favor da continuidade do processo de cassação do mandato de Cunha pelo Conselho de Ética da Câmara. A dúvida que fica é quem cai primeiro, se Cunha ou Dilma.

Comoexposto em outro texto, a queda de Dilma e um consequente governo Michel Temer já aparece para frações da burguesia financeira uma ótima possibilidade. O PMDB de Cunha e Temer já deu mostras de que pode assumir o comando do bloco histórico burguês, com o compromisso de realizar reformas liberais de caráter mais profundo como a da presidência e a trabalhista, afinal, caso Dilma caia, o governo Temer teria sob o comando do PMDB a liderança do poder executivo e legislativo, fato praticamente inédito na vigência da atual constituição, o que facilitaria a adoção do remédio amargo.

Aos trabalhadores, resta assistir de camarote na televisão os capítulos dessa novela, com a certeza de sair, assim como o PT, bem pior do que entrou nesse governo em outubro de 2014.

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