quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O futuro da educação brasileira em jogo no Paraná


A crise novamente bate à porta do Brasil, e como sempre a burguesia e o Estado bate nos trabalhadores para evitar que seus lucros sejam ameaçados. As milhares de demissões no setor privado aumentam todos os dias, e à elas soma-se as ameaças no setor público. O trabalhador sofre assim duas vezes, ao perder seu emprego e ao ter seus direitos atacados pelo Estado para "suavizar" a queda de lucro da burguesia.

Não se tratam apenas de direitos diretos, mas também do sucateamento de serviços públicos, como hospitais, escolas e até mesmo serviços policiais.

Tal realidade pode ser vista nos cortes aos direitos trabalhistas e previdenciários feito pelo governo federal.

Mas a ofensiva contra o trabalho é suprapartidária e atinge todos os níveis do Estado (municipal, estadual e federal, mas também no legislativo, executivo e judiciário), assim faz parte dessa ofensiva o aumento das passagens de ônibus municipais, e os diversos cortes orçamentários.
O que leva esse texto ao estado do Paraná. Beto Richa do PSDB assumiu o governo do Paraná em 2011, após 8 anos de governo de Roberto Requião. Logo quando ele assumiu tratou de promover cortes em todos os setores do funcionalismo público. No entanto, o governo não cortou dinheiro do pagamento de dívidas e das despesas com publicidade e propaganda.

O resultado foi a reeleição de Beto Richa ainda no primeiro turno em 2014, com tal respaldo de popularidade, o governador sentiu-se livre para aprofundar seus ataques. Começou no final do ano passado ao aprovar o fim das eleições para diretores de escolas e uma contribuição para aposentados, por último foi o atraso do pagamento dos professores referente a janeiro.

Mas em janeiro que veio o verdadeiro pacote de maldades, em menos de uma semana, o governo cancelou o pagamento do um terço de férias de todos os funcionários por tempo indeterminado. Depois veio o cancelamento do pagamento de rescisão dos contratos dos professores temporários (para muitos o salário do mês de janeiro, enquanto não são recontratados para as aulas). Após isso a revisão das atribuições de aula dos professores dos concurso de 2014. Um novo plano para diminuir a autonomia das universidades estaduais. Diminuição dos cargos de professores e funcionários temporários. A cereja do bolo foi um pacote de mudanças nos direitos dos funcionários públicos retirando direitos constitucionais como o qüinqüênio.

Devido à amplitude de ataques, o pacotão da maldade do Paraná, caso aprovado representa um enorme retrocesso de direitos trabalhistas no funcionalismo público que irá legitimar ações semelhantes em outros estados e municípios.

Por conta disso os funcionários públicos do Paraná se organizaram na última semana, organizando greves. Por isso amanhã, a luta dos trabalhadores do Paraná para pressionar a Assembléia legislativa e evitar que o pacote seja aprovado.

Destruir direitos trabalhistas de qualquer categoria é um retrocesso para todos os trabalhadores, somente sua luta é capaz de evitar esses retrocessos. Uma greve vitoriosa no Paraná servirá de exemplo para os professores de outros estados se organizarem contra os pacotes de maldades que os governos de todos os estados preparam.


TODO APOIO AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO PARANÁ!!!