O
Brasil atinge um hoje um momento único em sua história, a cada dia que
passa indicadores econômicos mostram melhorias visíveis para
praticamente toda a sociedade, no que pese uma desaceleração econômica
vista no segundo semestre, e que foi provocada pelo próprio governo, o
erro foi corrigido e muito provavelmente será solucionado nos próximos
meses.
O
país se aproveita das oportunidades que o crescimento da economia
mundial atravessou antes de 2008, e estimulado pelo governo uma ampla
parcela da população adentrou na economia formal, essa parcela consome
como a classe média, mas está muito longe do padrão de renda dessa
classe econômica (muito embora o poder de consumo da classe média caiu
muito devido ao alto endividamento e perda de capital dos anos FHC).
É
preciso ficar atento ao alto grau de endividamento, para não gerar uma
bolha especulativa semelhante a que estourou nos EUA e deu inicio à
crise. No entanto esse texto não quer ser um aviso apenas do
endividamento. O processo de crescimento brasileiro começa a fazer suas
vítimas entre aqueles que ainda não vivem o milagre do consumo, apesar
de falarem em número de mais de 40 milhões de pessoas que migraram de
classe econômica nem todos dentre desse contingente possuem casa própria,
um emprego bem remunerado, diploma universitário, e por viverem em
favelas localizadas a áreas valorizadas, essas pessoas vivem um processo
de deslocamento urbano.
Pelo
pretexto da copa do mundo, inúmeras prefeituras das capitais estão
realizando o sonho de suas elites, limpando dos bairros mais bem
localizados os pobres que insistiam em lembra sobre a dura realidade do
capitalismo (no qual muitos são explorados, para que poucos fiquem com
toda a riqueza). Não bastasse a limpeza urbana, o governo se aproveita
dos grandes eventos para explorar ainda mais a população pobre, que
empurrada para longe de onde trabalha precisa pegar ônibus, ou então se
endividar e comprar um carro novo aquecendo a economia, o governo
aprovou na calada do ano novo, o plano de mobilidade urbana do país, que
mais uma vez beneficia o transporte individual, e dá condições para que
as mafias que controlam o transporte público urbano continuem a
explorar a população cobrando preços proibitivos para o deslocamento
urbano engrossando seus lucros.
O
capitalismo brasileiro no século XXI pode ter aceitado novos
consumidores, mas não muda sua faceta, ele só gera dividendos para bem
poucos, e continuara nessa toada pelos próximos anos ao que tudo indica.
João Vicente Nascimento Lins 05/01/2012
Charge do sempre genial Carlos Latuff
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