Ocorreu um dia em que todos os partidos de esquerda resolveram entrar na onda das ONGS, abandonaram seu status de partido, e passaram a dialogar com o Estado somente a partir da burocracia (assumindo as funções do Estado como terceiro setor).
Num primeiro momento foi tudo lindo, no partido comunista nunca havia visto tantos militantes, nem na Revolução Russa, o Estado ficou feliz, de repente não devia mais suprir uma série de demandas de movimentos sociais, logo pode desviar recursos cada vez maiores às necessidades do mercado, os liberais amaram, o Estado finalmente era seu sem precisar de disputa alguma com a esquerda.
Ocorreu que depois da alegria inicial as ONGS de esquerda não aguentaram o tranco, a demanda era muito grande para anteder a todos os trabalhadores, a verba que o governo e empresas entregava era fixa, não aumentava, enquanto a necessidade da classe trabalhadora que agora era livre para comprar qualquer coisa no mercado, ao mesmo tempo, em que em um primeiro momento seu salário subiu, em um segundo momento ele voltou a ficar defasado, no terceiro momento ele já não conseguia comprar nem metade do que comprava no primeiro, e suas necessidades de saúde aumentavam, pois trabalhava mais a cada dia.
O descontentamento com as ONGS aumentam, mas ocorre que a esquerda não tem mais representantes na esfera política, e então o que fazer¿, a população vai às ruas, mas é reprimida, presa, morta, mas não há nada que se possa fazer contra. Ilegalmente dentro das ONGS surge a vontade de criar novos partidos, os partidos são criados de forma ilegal, mas organizam os trabalhadores em sua luta, a luta de classes se acirra, mas o partido oferece a organização sem a qual a classe trabalhadora dificilmente conseguiria para lutar contra seus patrões, com o tempo novos adeptos adentram à fileira do partido, a tomada do Estado pela via armada se mostra possível, e a classe trabalhadora finalmente vence.
Moral da história: o meio político pode ser recheado de armadilhas e contradições, pois envolve o poder, mas só a luta política pode levar à emancipação, e não o contrário, fugir da política é uma maneira de internalizar ainda mais a dominação que a classe burguesa tem da classe trabalhadora.
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