quarta-feira, 2 de março de 2011

O limite das contradições do capitalismo

O petróleo como se sabe é o principal combustível do mundo, as maiores empresas em valores são petrolíferas, milhares de barris são processados e gastos por dia, sem petróleo o mundo para.
Existe uma maneira de se extrair petróleo que diz muito sobre o quão fundamental ele é para a economia mundial, fala-se sobre o xisto betuminoso, um mineral que contém petróleo em sua composição. O óleo é obtido através de um processo no qual a rocha é aquecida até que ele se desprenda, gasta-se muita energia para que isso ocorra, além de deixar resíduos tóxicos em quantidades alarmantes. Devido a isso, sua rentabilidade é baixa, mas, por conta do alto preço de um recurso que possui reservas já baixas, o petróleo de xisto betuminoso é muito estratégico, principalmente por ser onde mais se concentra as atuais reservas do hidrocarboneto.
O petróleo é hoje em dia provavelmente mais lucrativo que a água, mesmo que a segunda seja um recurso de vida ou morte para os homens, o primeiro prevalece, pois sem ele a economia não se movimenta e as riquezas não são geradas, mesmo que seja um pressuposto importante aquele no qual para existir sociedade é preciso que exista os homens e que eles trabalhem transformando a natureza, gerando riquezas e a própria economia. Isso é uma contradição que se torna a cada dia mais latente.
Nos últimos dias devido à retomada do crescimento econômico do mundo (puxado pelos BRICS, diga-se de passagem) e à crise na Líbia o preço do barril de petróleo subiu novamente ultrapassando a casa dos U$100,00, obviamente os consumidores serão os que mais sofrerão com esse aumento, os acionistas de empresas do setor energético, no entanto sorriem. Aumento no preço do petróleo significa mais um componente para puxar os valores dos alimentos para cima, novamente proporcionando mais lucro a uns poucos acionistas e banqueiros especuladores, e fome para o resto da população.
Causa apreensão o que irá acontecer com a população líbia, afinal em nome da defesa dos direitos humanos os EUA ameaçam invadir o país africano para evitar uma guerra civil (estranhamente esse discurso parece muito com o de certo Juninho em 2003, só que no Golfo Pérsico). Se antes a ameaça aos países árabes era a do FMI e seu pacote de ajustes neoliberais, agora os EUA resolveram retomar o controle direto desses países, ameaçando a democracia que nem existe na prática.
O mundo atual é refém da indústria do petróleo, seu continuo uso pode degradar o ambiente de uma forma que ameaça a vida humana, assim como é ameaçador a destruição que as guerras pelo controle do recurso pode ocasionar, a realidade que se apresenta é ou o mundo para de usar petróleo, ou não sobrara mundo para se gastar petróleo.
João Vicente Nascimento Lins 02/03/2011
A charge é do genial cartunista Carlos Latuff

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